Os clássicos: George Sand

Nome completo: Amantine Aurore Lucile Dupin de Francueil

Nascida em Paris em 1º de julho de 1804

Morreu em Nohant-Vic (Indre) em 8 de junho em 1876, em decorrência de uma obstrução intestinal.

“Chefe, a gente esqueceu o “s” de “Georges” na capa do livro!” Dá para imaginar o desânimo do tipógrafo do editor de “Indiana” em 1830, em Paris. Um erro de principiante. Já vimos “Georges” sem “s”? Não, ainda não, mas vamos vê-lo muito ainda e com frequência durante os próximos quarenta anos. 

O lado andrógeno deste nome inventado por Aurore Dupin não esconde uma homossexualidade até então desaprovada: até hoje só se sabe de um envolvimento com uma mulher, com uma atriz. Mas, assim como todos os outros, agora com homens, ela duraria apenas algumas semanas.  

Mas, voltemos a este sobrenome do autor: “Sand” é a redução do sobrenome do primeiro amante que realmente foi importante na sua vida, Jules Sandreau, (já) um escritor. Casada muito jovem, Aurore levou somente alguns meses para descobrir que seu esposo a considerava como sua posse, assim como seus móveis e seus cachorros.  

Aliás, ela dificilmente criava ilusões sobre a instituição do casamento, que ela mesma criticou durante toda sua vida e a qual ela se resguardou muito para não sucumbir novamente. O que, obviamente, não a impediu de amar. Loucamente. E muito.

A escolha de “George” também não é inócua. Ela significa “aquele – ou aquela, neste caso – que trabalha na terra”. E tendo passado muito tempo em Paris, George Sand era uma pessoa apegada à terra, à sua terra, aquela do centro da França: o Berry, Pátria de Gérard Depardieu e de Jean Christophe Rufin, o autor de Rouge Brésil [Vermelho Brasil].

Para poder ler Sand, é preciso ter um livro na mão e um punhado de terra fresca na outra. Sentir o cheiro do papel, costumeiramente barato na época, pois, originalmente, George era uma escritora popular, do tipo que era próxima e amada pelo povo. E ao mesmo tempo, sentir o frescor que emana de um sulco que o arado acabou de revirar. 

George Sand, tem ao longo das páginas, os dois pés na poeira da boa e velha terra firme e a cabeça na poeira das estrelas e dos contos. A alfabetização, que realmente decola no século XIX na França – principalmente com a criação obrigatória das escolas primárias comunais, lança no painel literário milhares de olhos e cérebros que querem ver suas vidas, mas também romance, sonho e amor. 

Ela vai saciar, deste modo, esta nova sede. Durante mais de 45 anos, até seu último suspiro, ela jamais parou de se comunicar com seus leitores. 

Além dos 70 romances, ela possui outros escritos que não acabam mais: peças de teatro, crônicas, contos, artigos, panfletos, pensamentos e textos políticos. Nada pôde detê-la, e o sucesso também foi de encontro a sua conta bancária: George Sand foi a única mulher do século XIX que conseguiu viver de sua escrita, num grupo que não chega a dez pessoas. 

“A vida é uma ferida eterna que raramente se anestesia e não se cura jamais”. Uma das citações mais conhecidas da escritora não muito alegre, e que, felizmente, também não representa sua obra;  Sua vida? também não, mesmo que seu coração coberto por cicatrizes certamente tenha sofrido mais do que deveria. Mas cuidado, não sinta pena: maltratada por seu marido, ela também dificultou a vida de vários de seus amantes. 

E a lista foi longa. Quando George Sand amava alguém, era por inteiro, apaixonadamente, loucamente. O dom do seu corpo era mesmo irrelevante, ela oferecia de bom grado a sua alma. Franz Liszt, por exemplo, teve apenas o segundo, mas seu amigo Frédéric Chopin se apaixonou pelo conjunto.

A ligação deles de dez anos é uma exceção na vida amorosa da escritora, que não conhecia limites sociais, podendo compartilhar sua vida tanto com um renomado advogado parisiense, quanto com um filho de um vendedor de bebidas. Mesmo no auge da sua vida, sua paixão, completamente platônica, continuava intacta, assim como ela pôde entregá-la à Gustave Flaubert. 

Mas, de seus idílios ao nome que ficou na história, a mais bela, e a mais selvagem também durou apenas alguns meses e terminou com um rompimento tempestuoso. Alfred de Musset e George Sans viveram dias com mais de 24 horas, quando cada minuto se torna uma eternidade criada pela completa comunhão. Como uma flama que consome, num instante, semanas, meses e anos de espera. 

Por insistir em brincar com fogo, os dois amantes se queimaram para a vida toda. Passada a dor, ficam as horríveis cicatrizes da flama que devora, elas não doem mais quando são tocadas, mas ardem quando são rememoradas. É claro que, eventualmente, um e outro viraram muitas páginas. 

Como descrever esta viagem para a Itália em dezembro de 1833, no auge desta paixão, que a natureza viria impedir de todas as formas, inclusive através de uma doença, que atingiria sucessivamente Alfred e logo em seguida George? Um homem poderia ter feito isso – o testemunho deste doce ímpeto. Ele tinha o talento para tal, bem como a idade suficiente para poder e saber se manter afastado, apenas observando. À bordo deste barco que ia para Génova, o amigo do casal aproveitou a viagem para retomar o seu cargo como diplomata,  velava Stendhal! Teremos que falar sobre isso num próximo artigo…

 

 

 

FRANCÊS

Nom complet : Amantine Aurore Lucile Dupin de Francueil

Née à Paris le 1er juillet 1804

Morte à Nohant-Vic (Indre) le 8 juin 1876, à la suite d’une occlusion intestinale.

 


« Chef, on a oublié le « s » de « Georges » sur la couverture du livre ! » On imagine l’effarement du typographe de l’éditeur de « Indiana », en 1830 à Paris. Une erreur de débutant. A-t-on déjà vu « Georges » sans « s » ? Non, pas encore. Mais on va le voir beaucoup, et souvent, pendant les quarante années suivantes.

Le côté androgyne de ce prénom inventé par Aurore Dupin ne cache pas une homosexualité alors réprouvée : on ne connait à George Sand qu’une seule liaison féminine, avec une actrice. Mais, ainsi que toutes les autres, avec des hommes cette fois, elle ne durera que quelques semaines.

Mais revenons à ce nom d’auteur. Sand est la réduction du nom du premier amant qui a vraiment compté dans sa vie, Jules Sandreau, un écrivain (déjà). Mariée très jeune, Aurore n’aura mis que quelques mois à découvrir que son époux la considérait comme sa possession, au même titre que ses meubles ou ses chiens.

Elle ne se faisait d’ailleurs guère d’illusions sur l’institution maritale, qu’elle critiqua toute sa vie et à laquelle elle s’est bien gardée de succomber à nouveau. Ce qui ne l’a bien sûr pas empêchée d’aimer. Follement. Et beaucoup. 

Le choix de « George n’est pas non plus anodin. Il signifie « celui – ou celle, en l’occurrence – qui travaille la terre ». Et bien qu’ayant passé beaucoup de temps à Paris, George Sand était très attachée à la terre, à sa terre, celle du centre de la France : le Berry. Patrie de Gérard Depardieu et de Jean-Christophe Rufin, l’auteur de « Rouge Brésil ».

Pour pouvoir lire Sand, il faut un livre à la main  et une motte de terre fraîche dans l’autre. Sentir l’odeur du papier, souvent bon marché à l’époque, car George était une écrivaine populaire dans son sens premier, celui d’être proche et aimée du  peuple. Et en même temps sentir la fraîcheur qui sort d’un sillon que la charrue vient de retourner. 

George Sand, c’est au long des pages les deux pieds dans la poussière du bon vieux plancher des vaches, et la tête dans la poussière des étoiles et des contes. L’alphabétisation qui va vraiment prendre son essor au XIXe siècle en France, en particulier avec la création obligatoire des écoles communales, jette sur le pavé littéraire des milliers d’yeux et de cerveaux qui veulent voir leurs vies, mais aussi de la romance, du rêve et de l’amour.

Alors elle va étancher cette soif nouvelle. Pendant plus de 45 ans, jusqu’à son dernier souffle, elle n’aura de cesse de communiquer avec ses lecteurs.

Outre les 70 romans, ce sont des écrits à n’en plus finir : pièces de théâtre, nouvelles, contes, articles, pamphlets, pensées, textes politiques. Rien ne rebute l’auteure, et le succès sera aussi au rendez-vous de son compte en banque : George Sand est la seule femme du XIXe à avoir pu vivre de sa plume, dans un groupe qui ne dépasse pas la dizaine de noms.

« La vie est une longue blessure qui s’endort rarement et ne se guérit jamais ». Pas très gaie une des citations les plus connues de l’écrivaine. Pas non plus représentative de son œuvre, heureusement. De sa vie ? Non plus, même si son cœur bardé de cicatrices a certainement souffert plus souvent qu’à son tour. Mais attention, pas d’apitoiement : maltraitée par son mari, elle a aussi mené la vie dure à plusieurs de ses amants.

Et la liste fut longue. Quand George Sand aimait quelqu’un, c’était entièrement, passionnément, follement. Le don de son corps était même négligeable, elle offrait volontiers son âme. Franz Liszt, par exemple, ne prit que la seconde, mais son ami Frédéric Chopin s’éprit de l’ensemble. 

Leur liaison de dix ans est une exception dans la vie amoureuse de l’écrivaine. Qui ne connaissait aucunement les limites sociales, pouvant partager sa vie tant avec un avocat parisien renommé qu’avec le fils d’un limonadier. Même à l’automne de sa vie, sa passion, toute platonique, restait entière, comme elle a pu la donner à Gustave Flaubert.

Mais de ses idylles au nom resté dans l’histoire, la plus belle, la plus déchaînée aussi ne dura que quelques mois, et coupée d’une rupture orageuse. Alfred de Musset et George Sand ont vécu des jours de plus de 24 heures, quand chaque minute devient une éternité créée par la communion complète. Comme un brasier qui consume en un instant des semaines, des mois, des années d’attente. 

À  insister à jouer avec le feu, les deux amants se sont brûlés pour la vie. Une fois la douleur passée, il reste ces vilaines cicatrices de la flamme qui dévore, elles ne font plus mal au toucher, mais sont ardentes au souvenir. Bien sûr, et l’un, et l’autre ont tourné beaucoup d’autres pages par la suite. 

Comment décrire ce voyage vers l’Italie en décembre 1833, au sommet de cette passion, que la nature viendra empêcher par tous les moyens, y compris celui de la maladie, qui frappera tour à tour Alfred puis George ? Un homme aurait pu le faire, témoin de ce doux emportement. Il en avait le talent, ainsi que l’âge suffisant pour pouvoir et savoir se tenir à l’écart tout en observant. Sur ce bateau qui allait vers Gênes, ami du couple profitant du voyage pour regagner son poste de diplomate, veillait Stendahl ! Il nous faudra en parler au prochain épisode…

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